Culpamos nosso corpo pela maldade dos outros, policiamos nosso corpo para evitar o julgamento das pessoas, adotamos o comer performático para atender às expectativas dos outros.
O problema não é o seu corpo, o meu corpo. O problema está na nossa cultura gordofóbica e machista, que se manifesta por toda parte, incluindo dentro de casa, nas escolas, nas mídias, inclusive nos serviços de saúde, profissionais de saúde etc.
Fica difícil escapar desse jogo de tortura autoinduzida quando a cultura como um todo participa dele. Em nome da boa forma, o corpo magro e forte se tornou o ícone corporal do mundo contemporâneo, assim como esculpir seu corpo como massinha de modelar ou mudar a sua genética se matando no aeróbico. A gordura é considerada inimiga por todos os gêneros.
Que paradoxo. A ciência mostra que o DNA define a forma e o tamanho do corpo. Aí, ao invés de você respeitá-lo como ele merece, você tenta muda-lo a qualquer custo.
Aprendemos a odiar nosso corpo nesse jogo da cultura da dieta e fica bem difícil acabar com a autodepreciação. Queremos ter o corpo do outro sem ao menos questionar como foi construído. Perdemos nossa capacidade de enxergar a beleza natural que há em nós e de compreender nossos mecanismos de fome e saciedade, pois não confiamos que eles trabalhem de forma correta, por isso estamos sempre impondo dietas e restrições.
Mas pense sobre o que vou te dizer, ninguém nasce odiando o próprio corpo. Aprendemos isso com alguém, porém eu tenho uma notícia maravilhosa para você. Se somos capazes de aprender a odiar, podemos da mesma forma aprender a amar. A forma como você pensa influencia como vc sente que consequentemente impacta diretamente no seu agir. Comportamento! O seu comportamento é reprogramável (Mindset).
Respeitar e valorizar seu corpo é fundamental para se reconciliar com ele e com a sua genética. Provavelmente seja a coisa mais difícil que você vai fazer, porque isso é como um exercício poderoso de resistência à cultura da dieta e ao estigma do peso.
Respeitar o corpo significa trata-lo com dignidade, mas também manter o propósito de atender a suas necessidades básicas.
Respeitar o corpo não é fácil, pois nossa cultura tem um preconceito enorme contra os corpos de tamanhos maiores, ao mesmo tempo em que valoriza a aparência e concede poder social baseado no ideal cultural de magreza.
Eu respeito meu corpo quando:
Eu o alimento;
Quando eu trato ele com dignidade;
Quando eu visto de forma confortável e num estilo que eu gosto. É a roupa que me veste e não o contrário.
Permito e só quando eu permito, ser tocada com carinho, consentimento e respeito;
Me movimento confortavelmente, na medida do meu POSSÍVEL.
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