Se elas conseguem, você também consegue!
Parece que nos fizeram acreditar nessa mensagem, ao longo dos anos isso tem se repetido todos os dias. Basta se esforçar um pouco mais.
Como você descreveria sua relação com a atividade física?
Uns dias atrás eu fiz uma enquete nos stories do meu instagram e a resposta de 95% foi “na força do ódio”.
O pensamento contemporâneo que cultua o corpo esbelto e definido, a ditadura da magreza e o enorme preconceito contra os que não seguem os padrões de beleza, têm influenciado muitas pessoas a buscarem o exercício físico de forma obrigatória e disfuncional. Observando durante anos as pessoas em academias, pude constatar que muitas pessoas praticam diversas modalidades que não proporcionam nenhum prazer ou bem-estar. Elas fazem por se sentirem obrigadas a queimar calorias e compensar a ingestão de alimentos que são rotulados como proibidos/engordativos.
Vou direcionar a minha fala agora para as mulheres. Você que sonha em ser extremamente magra e/ou musculosa ou alcançar baixíssimas porcentagens de gordura, sabia que você precisa dessa gordura para produzir hormônios, que entre outras funções orgânicas importantes, participam da manutenção ósseoa?
Os impactos positivos que a prática de atividade física regular tem para a saúde é inegável. O sedentarismo está em terceiro lugar no ranking dos fatores de risco de mortalidade no mundo. Na mesma via, os avanços tecnológicos contribuem para uma vida menos ativa e muitas tarefas que dependiam de nos movimentarmos, hoje não precisamos mais (escada rolante, carro, elevador...).
Já está comprovado que bastam 150 minutos de atividade física de intensidade moderada, distribuídos ao longo da semana, para termos saúde, ou seja, bem-estar físico, mental e social. Ela desempenha um papel significativo no metabolismo e na preservação da massa muscular magra. Mas, se seu principal foco for perda de peso, isso não a motivará a praticar o exercício por muito tempo. Porque se a recompensa não aparece com a rapidez desejada, perde-se o interesse. E se a razão for a perda de peso somente, pode levar ao exagero tanto na frequência, quanto na intensidade.
Para produzir mudanças positivas no comportamento em relação ao exercício, alguns pontos precisam ser cuidadosamente planejados, de acordo com as necessidades particulares de cada indivíduo, como a motivação, a falta de tempo, a sensação de desconforto, local apropriado, medo, falta de habilidade, entre outras coisas, porque dessa forma o hábito de praticar atividade física se torna mais efetivo e sustentável.
Uma atividade física prazerosa para o indivíduo certamente contribuirá para a mudança do comportamento, e é sempre bom lembrar que cada pessoa possui sua individualidade, ou seja, o que é prazeroso para um pode não ser para outro.
Infelizmente, a atividade física foi transformada em um bem de consumo e, como tal, assumiu um valor de mercado. Muitos profissionais de educação física vêm sendo influenciados pela demanda de consumo, tornando irrelevante a diversidade corporal, em função da reprodução de uma lógica excludente, que dita padrões estéticos de beleza e saúde.
Uma frase comum, especialmente nas redes sociais, sobre se ter resultados é que se deve ter foco, força e fé. Dentro desse contexto, essas palavras são usadas de forma que rotula as pessoas que sofrem por não manter uma disciplina de treino. A falta de foco, força e fé, pode ter razões psiquiátricas como depressão, transtornos do humor e problemas muito além da força de vontade.
A prática da atividade física precisa deixar as alterações do peso corporal como consequência de um engajamento contínuo de médio a longo prazo, ou seja, um hábito.
@nutriveronicadiaz
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