Embora o termo seja relativamente novo, o comportamento gordofóbico existe há muito tempo entre as pessoas da nossa sociedade.
A gordofobia é o preconceito contra as pessoas gordas geralmente associado as questões estéticas, mas não é algo superficial, ela atinge camadas mais profundas de um ser humano acima do peso “ideal”. Não se trata de “mimimi”, nem tão pouco de descuido ou força de vontade como muitos pensam e falam de forma ofensiva e discriminatória. Sim, você leu corretamente, trata-se de discriminar, excluir, silenciar de forma violenta e que traz tanto sofrimento.
Ainda tem aquele pensamento clássico advindo de uma mentalidade de dieta, onde “todas” as pessoas gordas são doentes, só que se equivocam muito, da mesma forma que consideram “todas” as pessoas magras saudáveis, quando muitas não são.
Existem diversos estudos científicos que mostram o impacto que esse comportamento gordofóbico causa em uma pessoa gorda. As pessoas são privadas de direitos pelo fato de seus corpos não serem aceitos pela sociedade. A discriminação compromete a saúde, dificulta o acesso de pessoas ao mercado de trabalho e a tratamentos inadequados, afetando suas relações sociais e a saúde mental.
Como esse comportamento está enraizado na nossa sociedade, eu decidi trazer algumas perguntas para que cada um de nós possa fazer, a nível de identificar e reconhecer possíveis traços de gordofobia, afinal de contas, só podemos mudar algo que reconhecemos primeiro, certo? Isso faz parte de um processo de amadurecimento do ser humano, como mutáveis que somos, vamos nos conhecendo e buscando evoluirmos.
Perguntas:
1- Eu faço suposições baseadas apenas no peso, em relação ao caráter de uma pessoa: inteligência, sucesso profissional, estado de saúde ou comportamentos de estilo de vida?
2- Estou confortável trabalhando com pessoas de todos os tamanhos e formas?
3- Eu dou feedback para encorajar mudança de comportamento saudável?
4- Eu enxergo o indivíduo ou sua condição?
Assim como a mentalidade de dieta, não iremos exterminar a gordofobia milagrosamente entre nós, mas falarmos sobre ela, refletirmos e nos questionar, é um passo extremamente importante para essa mudança.