A Fábrica de Chapéus Zanon, localizada em Santa Rita da Floresta, Cantagalo, é um verdadeiro ícone de tradição e resistência artesanal. Fundada em 1920 por Guglielmo Zanon e Concheta Andreatta Zanon, a fábrica segue firme sob a administração de Bruno Zanon, neto dos fundadores e descendente de italianos. Com mais de 100 anos de história, a fábrica se tornou um símbolo cultural da região, especializada na produção de chapéus de palha artesanal.
Desde sua fundação, a fábrica se dedicou à produção de chapéus feitos de palha de carnaúba, um material proveniente do Ceará. Com o tempo, a Zanon se tornou referência na confecção de chapéus utilizados em fantasias de escolas de samba, tanto no Rio de Janeiro quanto nas cidades vizinhas. A cada ano, cerca de 30 mil chapéus são produzidos, mantendo viva a arte que começou com Guglielmo Zanon.
O trabalho de Bruno Zanon ultrapassou as fronteiras locais, marcando presença em eventos de grande porte, como a abertura dos Jogos Panamericanos de 2007, e também em produções da Rede Globo. Além disso, a fábrica preserva técnicas antigas e raras, como a "transista", um trançado de palha tradicionalmente praticado pelos moradores da região, que Bruno mantém viva em seus produtos exclusivos, como o "coquinho simples", feito unicamente em sua fábrica.
A Fábrica de Chapéus Zanon também se destaca pela manutenção de máquinas de costura antigas, herdadas dos avós de Bruno, que datam do início do século XX. Essas máquinas são essenciais no processo de produção dos chapéus, garantindo a autenticidade e a qualidade do trabalho artesanal.
Com um legado que ultrapassa um século, a Fábrica Zanon permanece como um exemplo de perseverança e paixão pela arte, preservando uma parte significativa da cultura popular de Cantagalo e do Rio de Janeiro, mesmo em um mundo onde muitas tradições se perdem. A dedicação de Bruno Zanon em manter viva essa história é um testemunho de como a cultura e o artesanato podem atravessar gerações e continuar a encantar as novas.