Após os médicos anestesistas, agora é a vez de Vera Maria do Vale Pires, ex-provedora da Casa de Caridade Leopoldinense, tentar retornar ao cargo. De acordo com fontes ouvidas pela reportagem do Bom Dia, Leopoldina, Vera Pires contratou um escritório de advocacia do Rio de Janeiro e acionou a Justiça para tentar reassumir a direção da unidade hospitalar. Ela foi afastada em dezembro do ano passado, após a deflagração da Operação Onipresença, conduzida pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Urbanizado) do Ministério Público Estadual, que investiga fraudes durante sua gestão.
Segundo informações apuradas pela reportagem do Bom Dia, Leopoldina, a defesa de Vera Pires entrou com um pedido de revogação da liminar que a afastou do cargo, dentro do processo criminal em que a ex-provedora é investigada. Essa tentativa ocorre no mesmo processo em que médicos anestesistas conseguiram na Justiça o direito de voltar a trabalhar na Casa de Caridade Leopoldinense.
Na última sexta-feira, o Ministério Público se manifestou contra o pedido da ex-provedora, destacando que a Casa de Caridade Leopoldinense está sob intervenção administrativa do município, com toda a diretoria afastada, o que impede o retorno de Vera Pires ao cargo. A Justiça ainda não se pronunciou sobre o caso.
Além da ação na vara criminal, uma outra tentativa de contestar a intervenção foi movida na esfera cível. Antônio de Souza Filho, conhecido como ‘Tunico’, ex-provedor da instituição, que assumiu o cargo após o afastamento de Vera Pires e ficou por poucos dias até a intervenção, entrou com um pedido de mandado de segurança contra o prefeito de Leopoldina, Pedro Augusto Junqueira. A ação solicitava a suspensão da intervenção e a nulidade do decreto municipal que a instituiu, visando o retorno de Tunico à gestão do hospital. No entanto, fontes afirmam que o pedido de liminar foi negado pela Justiça.
Em uma decisão recente, na quinta-feira da semana passada, a Justiça revogou a liminar que proibia quatro médicos anestesistas investigados por fraudes de atuarem nos hospitais públicos de Leopoldina e Além Paraíba. Com a nova decisão, os profissionais estão liberados para retomar suas funções na Casa de Caridade Leopoldinense, no Hospital São Salvador e em outras unidades de saúde conveniadas ao SUS, desde que seja do interesse dos gestores. Apesar da liberação, os médicos continuam proibidos de manter contato com as famílias dos outros investigados e com testemunhas do caso.
O cenário envolvendo a Casa de Caridade Leopoldinense continua em desdobramento, com as ações judiciais refletindo a tensão e as controvérsias sobre a gestão e a intervenção na instituição.
Mín. 19° Máx. 23°