Juiz de Fora caminha para se tornar referência nacional em mobilidade urbana e justiça social. A prefeita Margarida Salomão (PT) anunciou a criação da Tarifa Zero no transporte coletivo urbano da cidade — um projeto histórico que assegura gratuidade para todos os usuários do sistema de ônibus.
A proposta, construída com apoio decisivo da vereadora Laiz Perrut (PT), prevê a criação do Fundo Municipal de Transporte para substituir a arrecadação feita atualmente por meio das tarifas pagas pelos passageiros. A nova política será financiada com recursos do Tesouro Municipal e por uma tarifa técnica: uma contribuição obrigatória das empresas com 10 ou mais funcionários, que seguirão custeando o transporte de seus trabalhadores — modelo semelhante ao já existente com o vale-transporte.
A prefeita esclareceu que não haverá aumento de impostos para a população e que pequenas empresas estão isentas da contribuição.
“Estamos promovendo o direito de ir e vir. A tarifa zero é uma conquista social que também será motor de desenvolvimento”, afirmou Margarida.
Impacto econômico positivo
Segundo estudos encomendados pela Prefeitura de Juiz de Fora, a Tarifa Zero pode gerar um crescimento de até 10% no PIB municipal nos próximos anos, com aumento estimado de R$ 1,7 bilhão na economia local até 2040. A iniciativa também pode elevar a geração de empregos em até 9,1%, com milhares de novos postos formais.
A vereadora Laiz Perrut destacou:
“Essa proposta não é só viável, ela é necessária. Estamos garantindo acesso e promovendo dignidade. Transporte público não pode ser privilégio — é um direito.”
Mais mobilidade, menos desigualdade
Com a tarifa gratuita, a expectativa é que moradores da periferia consigam acessar com mais facilidade oportunidades de trabalho, estudo e lazer. A medida ainda contribui para redução do uso de veículos particulares, menos emissões de carbono e melhora no fluxo urbano.
Reações e próximos passos
Apesar do otimismo, o projeto enfrenta resistência. Vereadores da oposição alegam inconstitucionalidade na cobrança da tarifa técnica. A Prefeitura rebate, afirmando que o modelo é legal e já foi adotado em outras cidades com sucesso.
A proposta segue para votação na Câmara Municipal nos próximos dias, onde precisará de maioria simples para ser aprovada.
Se implementada, Juiz de Fora se somará a um grupo crescente de cidades brasileiras que entendem o transporte público não como mercadoria, mas como instrumento de inclusão e desenvolvimento.
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